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Lendas sobre a flor de Lótus

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É difícil encontrar um país da Ásia onde o lótus não seja considerada sagrada. Ela está bem presente na mitologia oriental, especialmente na cultura indiana, egípcia, chinesa e japonesa, onde esta flor é extremamente admirada e representada em algumas religiões como hinduísmo e budismo. Na doutrina budista, a flor de lótus é sagrada e vista como expansão espiritual, pureza, renascimento e iluminação.
A literatura de muitas culturas orientais também fala da flor de lótus, atribuindo-lhe os encantos femininos ideais, já que ela tem graça, beleza, elegância e perfeição. Também a ciência se interessa por ela, uma vez que ainda não se conseguiu explicar uma característica única que a flor possui: ela é capaz de repelir partículas de pó e micro-organismos.

Lenda da flor de Lótus no budismo:

Na lenda do Budismo relata-se que quando o Siddhartha, que mais tarde se tornaria Buda, deu os seus primeiros sete passos na terra, sete flores de lótus brotaram. Assim, cada passo dele representa um degrau no crescimento espiritual. Os Budas em meditação são representados sentados sobre flores de lótus, e a expansão da visão espiritual na meditação (dhyana) está simbolizada pela abertura das pétalas das flores de lótus, que podem estar totalmente fechadas, semiabertas ou completamente abertas, dependendo do estágio da expansão espiritual.

Lendas egípcias da flor de lótus:

A flor de Lótus é uma planta sagrada no Egito Antigo, onde é retratada no interior das pirâmides e nos antigos palácios do Egito. Segundo uma lenda, a flor está relacionada à criação do mundo e o umbigo do Deus Vishnu, onde teria nascido uma brilhante flor de lótus e desta teria surgido outra divindade, o Brahma, o criador do cosmo e dos homens. Outra lenda egípcia diz que o deus do sol Horus, nasceu também de uma flor de Lótus.

Flor de Lótus na Mitologia Grega:
Havia, na mitologia grega, um povo chamado pelos gregos de lotófagos, que vivia numa ilha do Mediterrâneo, no norte da África, e que se alimentava das flores e das plantas de lótus. Possuindo um efeito narcótico, a planta causa amnésia e sono em quem a ingere.
Em sua Odisséia, Homero escreve sobre três homens designados a investigar a ilha. Os habitantes lhes oferecem comida e, sem saber, comem da flor de lótus, esquecendo-se de retornar ao barco. Ulisses, então, é obrigado a resgatá-los, tendo de amarrá-los ao navio para que não retornassem. A simbologia de Homero para o episódio se refere principalmente às pessoas que gostariam de esquecer o passado e começar tudo de novo.

Lenda da flor de lótus no hinduísmo:

Na Índia, uma pequena lenda conta a historia de sua criação: Um dia, reuniram-se para uma conversa, à beira de um lago tranquilo cercado por belas árvores e coloridas flores, quatro lendários irmãos. Eram eles o Fogo, a Terra, a Água e o Ar.
Como eram raras as oportunidades de estarem todos juntos, comentavam como haviam se tornado presos a seus ofícios, com pouco tempo livre para encontros familiares. Mas a Água lembrou aos irmãos que estavam cumprindo a lei divina, e este era um trabalho que deveria lhes trazer o maior dos prazeres.
Assim, aproveitaram o momento para confraternizar e contar, uns aos outros, o que haviam construído – e destruído – durante o tempo em que não se viam. Estavam todos muito contentes por servirem à criação e poderem dar sua contribuição à vida, trabalhando em belas e úteis formas.
Então se lembraram de como o homem estava sendo ingrato. Construído ele próprio pelo esforço destes irmãos, não dava o devido valor à vida. Os irmãos chegaram a pensar em castigar o homem severamente, deixando de ajudá-lo. Mas, por fim, preferiram pensar em coisas boas e alegres.
Antes de se despedir, decidiram deixar uma recordação ao planeta deste encontro. Queriam criar algo que trouxesse em sua essência a contribuição de cada um dos elementos, combinados com harmonia e beleza. Sentados à beira do lago, vendo suas próprias imagens refletidas, cada um deu sua sugestão e muitas ideias foram trocadas. Até que um deles sugeriu que usassem o próprio lago como origem.
Que tal um ser vivo que surgisse da água e se crescesse em direção ao céu? Uma vegetal, talvez? Decidiram-se, então, por uma planta que tivesse suas raízes rente à terra, crescesse pela água e chegasse à plenitude do ar. Ofereceram, cada um, o seu próprio dom. A Terra disse: “darei o melhor de mim para alimentar suas raízes”.
A Água foi a próxima: “Fornecerei a linfa que corre em meus seios, para trazer-lhe força para o crescimento de sua haste”. “E eu lhe cercarei com minhas melhores brisas, dando-lhe minha energia e atraindo sua flor”, disse o Ar. Então o Fogo, para finalizar o projeto, escolheu o que de melhor tinha a oferecer: “ofereço o meu calor, através do sol, trazendo-lhe a beleza das cores e o impulso do desabrochar”. Juntos, puseram-se a trabalhar, detalhe a detalhe, na sua criação conjunta. Quando finalizaram sua obra, puderam se despedir em alegria, deixando sobre o lago a beleza da flor que se abria para o sol nascente. Assim, em vez de punir o ser humano, os quatro irmãos deixaram-lhe uma lembrança da pureza da criação e da perfeição que o homem pode um dia alcançar.

Assim que os quatro elementos se separaram, a Lótus reinou no lago com sua beleza imaculada. Essa é a lenda sobre a origem desta incrível flor – pura e bela, por mais difíceis que as condições sejam e mesmo nas mais difíceis e obscuras circunstâncias.
Significado das Cores da Flor de Lótus:
Na maior parte das vezes representada com oito pétalas, a flor de lótus é um símbolo de harmonia cósmica, mostrando as oito direções do espaço. Assim, é uma figura comum nas mandalas. 
Suas cores diferentes também têm cada qual o seu significado.
Assim, a flor de lótus branca retrata a pureza mental, natureza imaculada, relaciona-se com a busca de perfeição do espírito. Sempre é representada com as 8 pétalas, indicado as direções do universo.
A flor de lótus vermelha simboliza o amor e a compaixão, que são as qualidades do coração. Esta é a flor de Avaloktesvara, o Buda da Compaixão.
O lótus azul, preferido dos faraós, simbolizava a sabedoria, o triunfo do espírito sobre os sentidos, o conhecimento. Esta é, entre as flores de lótus, a que nunca mostra seu interior, mantendo-se sempre fechada.
Finalmente, a flor de lótus rosa é o próprio Buda, além de outros personagens divinos. Muitas vezes é confundida com a flor de lótus branca, dada a sua tonalidade clara.
 No Japão, por exemplo, se associada ao peixe koi, traz o significado de força e individualidade. Já no Yoga existe uma postura tradicional, a posição “padmásana”, quando o iogue entrelaça as pernas e pousa uma mão em cada joelho: é a posição do lótus.
Finalmente, a última simbologia da flor de lótus: fechada ela mostra as infinitas possibilidades do homem e aberta é a própria criação do Universo.

A Lenda do Lírio do Vale

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Dos meses de Primavera, Maio é sem dúvida um dos mais propícios ao desabrochar das flores.
Por tradição, no primeiro de Maio oferece-se um ramo de lírio-do-vale para dar sorte,ou para quem você crê que seja sua alma gêmea, pois esta flor floresce normalmente por volta dessa data; mas parece que só os raminhos de lírio-do-vale que tenham naturalmente treze flores é que dão realmente sorte...

O nome científico do lírio-do-vale ~ maialis ou majalis ~ significa "o que pertence a Maia". Com efeito, segundo os antigos livros de astrologia grega ou romana, esta flor tinha a protecção de Hermes (para os Gregos) ou Mercúrio (para os Romanos), o filho da deusa Maia.
O lírio-do-vale é a flor da felicidade. Conta a lenda que uma flor de lírio-do-vale um dia se tomou de amores por um rouxinol que vinha todos os dias ao vale e, poisado no ramo de uma árvore, alegrava tudo em redor com o seu canto maravilhoso. Como a flor do lírio-do-vale era muito tímida, escondia-se por entre as ervas para o ouvir cantar. Mas, um dia, o rouxinol deixou de aparecer. O lírio-do-vale esperou-o dia após dia, em vão. Cheio de tristeza, o lírio-do-vale deixou então de florir; e só voltou a dar flores em Maio, quando o seu amigo rouxinol regressou ao vale, o que encheu de felicidade o lírio-do-vale que, na linguagem das flores, assim se tornou a flor da felicidade.

Referências Orientais em Jigoku Shoujo

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         Jigoku Shoujo (A Menina do Inferno) é uma animação japonesa que foi exibida inicialmente entre os anos de 2005 e 2006 naquelas bandas orientais. Voltado para um público mais adulto, o anime possui um enredo simples: ele conta a história de Enma Ai, uma menina que realiza pedidos de vingança feitos através de seu web site, o Jigoku Tsuushin (Correspondência do Inferno), enviando o objeto do ódio de seu solicitante diretamente para o inferno. No entanto, quando se amaldiçoa uma pessoa, duas sepulturas são cavadas: a pessoa que fez o pedido também irá para o inferno, mas apenas quando ela morrer.     


  Enma Ai e o Senhor do Inferno  espírito da menina Ai, que foi sacrificada pelos moradores de seu vilarejo ao kami da montanha local para fazer prosperar a colheita. A menina, depois de morrer, coloca fogo na aldeia, matando todos os seus moradores. Ao chegar no inferno, ela recebe o nome de Enma Ai do Senhor do Inferno, que assume a forma de uma aranha, e a missão de conduzir para lá as almas das pessoas amaldiçoadas.

Por ter tido uma morte violenta, Ai se torna um Onryou, um tipo deYuurei, um espírito vingativo que busca causar danos físicos às pessoas, e que pode ocasionar a morte de suas vítimas. Em nenhum momento da série, o nome de Enmadaioh é mencionado. Fala-se apenas do Senhor do Infernomas o nome recebido por Ai o denuncia.Enmadaioh é um dos Dez Juízes do Inferno budista. Ao longo do sincretismo oriental, o Grande Rei Enma foi considerado o Senhor do Inferno, sendo figura recorrente em várias produções orientais.
                                                   
        

  Wanyuudou – Wanyuudou era um humano que dirigia uma carroça que caiu num penhasco com seus passageiros. Seu espírito ficou preso à roda da carroça e tornou-se um youkai que assustava as pessoas até ser encontrado por Enma Ai.

 O personagem Wanyuudou foi inspirado no youkai Wanyuudou, que é uma roda flamejante com um rosto humano.
         
        Ichimoru Ken – Ichimoru Ken era um Tsukumogami, um objeto que após 100 anos de existência se torna um youkai. No caso de Ichimoru Ken, ele era uma espada que muitos donos teve e muitas pessoas matou.
Como o próprio anime conta em um de seus episódios, Tsukumogami é um tipo de criatura sobrenatural criada a partir de objetos inanimados, após 100 anos de existência dos mesmos.
  Hone Onna – Hone Onna era uma mulher chamada Tsuyu, que foi vendida como prostituta pelo homem que a amava. Mais tarde, quando tentou fugir do bordel no qual morava, ela foi assassinada. Seu corpo foi largado num rio, até que encontrou esqueletos e almas de outras mulheres que provavelmente passaram por uma situação parecida. Os espíritos se fundiram, dando origem à youkai Hone Onna. 
Não existe uma youkai chamada Hone Onna. Esta personagem foi inspirada nas youkais “onna”, seres com aparência feminina que recebem como nome a sua característica principal acrescida do sufixo “onna”, que significa “mulher”.  “Hone” significa “osso”, o que faz da personagem Hone Onna a “mulher osso”, em alusão aos esqueletos das mulheres que lhe deram origem, e à forma de esqueleto que assume para assustar as pessoas.

   Boneco de Palha – Para realizar os acordos de vinganças com as pessoas que as solicitam, Enma Ai se utiliza de um boneco de palha com um cordão vermelho amarrado em seu pescoço. Quando as pessoas se decidirem por fazer o acordo com Ai, elas devem puxar o cordão.
O cordão vermelho foi criação do anime, mas o boneco de palha para amaldiçoar pessoas realmente existe. Ele faz parte de um antigo ritual que consiste em pregar um boneco de palha de arroz em uma árvore sagrada de um templo xintoísta, entre a 1 e as 3 horas da manhã. Ele era realizado tanto para fazer um pedido como para amaldiçoar pessoas.

Os três macacos sábios: Mizaru, Kikazaru e Iwazaru

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Significado de Mizaru, Kikazaru e Iwazaru 
Literalmente significa: miru:olhar, kiku:ouvir, iu:falar e zaru:negar, que pode ser traduzido como “Não olhe para o mal, não escute o mal, não pronuncie o mal”. Embora tenha diversas interpretações, eu acredito que se refira ao fato que se não praticarmos o mal aos outros, manteremos o mal distantes de nós mesmos.

Neste provérbio antigo, vemos três macaquinhos associados a ele. Cada um complementa o ditado popular com um gesto diferente: Um tampa os olhos, o do meio tampa os ouvidos e o outro tampa a boca. Mas de onde surgiu essa frase? O que ela realmente quer dizer? Bom, ao que parece, sua origem é chinesa, porém é quase certo que foi no Japão que ela ganhou o mundo e se tornou um ditado popular ou um provérbio japonês, que no Japão são chamados de Kotowaza.

A relação do ditado com os macaquinhos seria devido a um jogo de palavras. É que “Zaru” se usa no final dos verbos no Japão e sua fonética soa parecido com “Saru”, que é macaco em japonês. Existe uma estátua dos três macacos no Santuário Toshougu, na cidade de Nikko, na qual ilustram a porta do Estábulo Sagrado.

A origem dos três macacos sábios (Sanzarun)


A filosofia por trás do simbolismo dos macacos vem de uma lenda Tendai-budista, na qual os macacos são usados para representar o ciclo de vida do homem. O provérbio “não veja o mal, não ouça o mal, não fale o mal” é chamada no Japão de “regra de ouro”, onde se se encontra outros ensinamentos que ajudam a promover harmonia entre as pessoas: Não faça aos outros o que não gostaria que fizessem à você.

Segundo a religião budista, os gestos dos três macacos representam a divindade de seis braços Vajrakilaya, onde o principal ensinamento é não ouvir, ver ou falar mal, pois dessa forma, nós mesmos seremos poupados do mal. Em outras interpretações dizem que as estátuas dos Três Macacos Sábios simbolizam paz e harmonia, protegem o lar das energias ruins e ajuda a evitar que o mal se espalhe.
Eles também são chamados de “Os Três Macacos Místicos” (Sambiki Saru) e além do Budismo Tendai, o macaco tem forte ligação com o Xintoísmo HIE. Há festivais importantes, como alguns que ocorrem no durante o ano do macaco (a cada 12 anos) e um festival especial é comemorado todos os anos, o Festival de Koshin.

Festival Koshin (Dia do Macaco)

O festival Koshin é conhecida como Dia do Macaco. Fala sobre uma divindade chamada Koshin que tinha três macacos como mensageiros. Em algumas versões, os três macacos estão representados como três vermes que vivem dentro de nós mesmos, na qual registram tudo de bom e de mau que fazemos.
No 60° dia do calendário, enquanto as pessoas dormem, os três vermes saem e vão até o deus Koshin, que julgará e punirá a pessoa conforme o que foi relatado pelos três vermes. Para evitar um possível castigo, portanto, é preciso ficar acordado para evitar que os vermes saiam de dentro das pessoas e relatem os maus feitos à Koshin.
Por causa dessa lenda de origem no taoismo chinês, antigamente famílias e amigos se reuniam para ficar em vigília durante a noite inteirinha, que durava desde o início da noite da véspera do Festival Koshin até o amanhecer no outro dia, onde passavam o tempo bebendo, comendo e conversando para se manterem acordados.
Esse provérbio “Mizaru, Kikazaru e Iwazaru”, “Não olhe para o mal, não escute o mal, não pronuncie o mal”, que em inglês é conhecido como “See no evil, Hear no evil, Speak no evil” serve como uma boa reflexão nesse início de ano, como uma forma de olharmos para dentro de nós mesmos, afastando tudo que nos faça mal e nos dando a chance de sermos cada dia melhores do ponto de vista espiritual.

Izanami e Izanagi

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Em todas as culturas, existe a história da criação do mundo, que está relacionada a ações de vários deuses. Como a que se encontra na mitologia Grega, Egípcia, Nórdica e outras, elas são passadas de geração a geração através de relatos, histórias, escritas e outros demais meios. No caso da Mitologia Japonesa, a criação do mundo está relacionada com os Deuses Izanami e Izanagi!





O Kojiki é o mais antigo livro sobre a história do Japão. Nele estão contidas todas as histórias sobre a origem do mundo, a origem dos kamis, e o início da civilização japonesa. Através dele, toda a mitologia japonesa e o princípio da tradição xintoísta estão registrados.
Segue abaixo um trecho da história de Izanagi e Izanami, do livro “Myths and Legends of Japan”, de Frederick Hadland Davis.


No início o Céu e a Terra não estavam separados, e o Yin e o Yang não estavam divididos. Os princípios masculino e feminino criaram então uma massa como um ovo, que tinha limites vagamente definidos e continha embriões. Finalmente, o ovo foi trazido à vida, e a parte mais pura e mais clara tornou-se o Céu, enquanto que a parte mais densa e pesada se tornou a Terra, que foi comparada com um peixe flutuando na superfície da água. Uma misteriosa forma de um broto de caniço transformou-se, de repente, no deus Kuni-toko-tachi, o “eterno suporte terreno das coisas majestosas”. Depois dele, seguiu-se o nascimento de outros deuses.

 Izanagi e Izanami permaneceram na Ponte Flutuante do Céu e olharam para o abismo. Eles se perguntaram se haveria um país muito abaixo da grande Ponte Flutuante. Eles estavam determinados a descobrir. Para isso, eles utilizaram uma lança cravejada de jóias e descobriram o oceano. Erguendo um pouco a lança, um pouco de água pingou, coagulando e criando a ilha de Onogoro. As duas divindades desceram à ilha e decidiram se casar, apesar de serem irmãos.

 A primeira criança nasceu deformada, e os outros deuses disseram que isso se deu porque Izanami falou antes de seu marido na cerimônia de casamento. O casal realizou outra cerimônia, e Izanami deu a luz a oito lindas crianças, que se tornaram as ilhas do Japão. A deusa também gerou as montanhas, as árvores, os vales, os rios, as cachoeiras.

O casal resolveu criar alguém para ser o Senhor do Universo, e então geraram a deusa do sol Amaterasu. Ela foi conhecida como “a grande divindade que ilumina o céu”, e era tão linda que seus pais decidiram enviá-la para as Escadas do Céu para lançar para sempre seu glorioso raio de sol sobre a Terra.

Seu próximo filho foi o deus da lua, Tsukiyomi. Seu brilho prateado não era tão belo como o resplendor dourado de sua irmã, a deusa do sol, mas ele foi considerado digno de ser seu consorte. E, em seguida, Izanagi e Izanami geraram Susanoo, “o homem impetuoso”.

Izanami também deu à luz ao deus do fogo, Kagutsuchi. O nascimento da criança a deixou doente, causando sua morte. Izanagi ajoelhou-se no chão, chorando e lamentando-se amargamente, mas seu sofrimento de nada adiantou. O deus então resolveu descer ao Reino de Yomi, o mundo inferior.

Ao encontrar Izanami, a deusa lhe disse: “Meu senhor e marido, por que tua vinda é tão tarde? Eu já comi da comida de Yomi. Irei agora descansar. Peço-te que não me olhes”.

Movido pela curiosidade, recusou-se a cumprir o desejo de Izanami. Era escuro no Reino de Yomi, então ele secretamente pegou seu pente dentado, quebrou-lhe uma parte e o acendeu. A visão que teve foi terrível. Uma vez sua bela amada esposa, agora havia se transformado em uma criatura medonha. Oito variedades dos deuses do trovão repousavam sobre ela. O Trovão do Fogo, da Terra e da Montanha vibraram suas grandes vozes.

Revoltado, Izanagi disse: “Eu vim para uma terra horrível e poluída”. Sua esposa retrucou: “Por que não fizeste o que eu mandei? Agora estou envergonhada”.

Izanami estava tão irritada com seu marido por ignorar o seu desejo que ela enviou as Oito Mulheres de Yomi para persegui-lo.

Izanagi desembainhou sua espada e fugiu para as regiões escuras do submundo. Enquanto corria, o deus atirou seu capacete ao chão, que imediatamente se transformou em um cacho de uvas. Quando as Mulheres de Yomi o viram, comeram as frutas. Izanami viu o que acontecera e decidiu ela mesma perseguir Izanagi.

Mas a essa altura, Izanagi já havia alcançado a Passagem de Yomi. Ali ele pôs uma pedra, mas finalmente encontrou-se cara a cara com Izanami. Izanagi declarou o divórcio, ao passo que Izanami lhe disse: “Meu querido marido, se assim o dizes, eu matarei as pessoas em um dia”. Izanagi prontamente retrucou que ele iria fazer nascer em um dia não menos do que mil e quinhentas pessoas.

Izanagi escapou do Reino de Yomi, tendo realizado diversos rituais de purificação em seguida, dos quais diversas divindades nasceram.

A Lenda da Borboleta Branca

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Existe uma lenda japonesa com um grande significado a respeito da borboleta branca, que são símbolos da alma, renascimento e fragilidade, o que inspirou ao longo do tempo belas histórias.Este conto descreve um amor que ultrapassou os anos e as barreiras da morte. Muitos consideram esse conto como um fato ocorrido em tempos antigos no Japão.


        A lenda conta sobre um ancião chamado Takahama quevivia em uma casinha atrás do cemitério de Sozanji.  Ele era uma pessoa extremamente gentil e de modo geral era apreciado por seus vizinhos, embora muitos deles o considerassem um tanto louco.
Sua maluquice, ao que parece, era pelo fato de nunca ter se casado e muito menos ter  demonstrado um desejo de ter um relacionamento íntimo com um mulher, o ancião era prestativo com todos e uma pessoa que possuía muita bondade, que tinha uma vida simples e honesta.
        Certo dia de verão, o ancião ficou gravemente doente e pedio para chamar a cunhada e o sobrinho, onde eles fizeram de tudo para ajuda-lo em seus últimos momentos.
        Enquanto sua pequena família o assistia, Takahama adormeceu, e uma borboleta branca entrou no quarto e pousou em seu travesseiro. O jovem sobrinho tentou espantá-la com um leque, mas por três vezes ela voltou como se não quisesse deixar o ancião.
Por fim, o sobrinho de Takahama expulsou-a para o jardim, e do jardim para o cemitério onde posou sobre o túmulo de uma mulher por algum tempo, desaparecendo depois misteriosamente.

        Ao se aproximar do túmulo, o jovem viu o nome “Akiko”,onde ao ler viu que ela havia morrido aos 18 anos.Embora a sepultura estivesse coberta de musgo e sido construída há uns cinquenta anos, ele observou que ela estava rodeada de flores e que um pequeno vaso fora recentemente enchido de água.
Ao regressar para casa, decobriu que seu tio Takahama havia falecido. Então resolveu contar a mãe o que viu no cemitério.

“Akiko”? Murmurou a mãe.
“Escute, meu filho, quando seu tio era jovem, ele estava prometido para Akiko, que morreu de tuberculose pouco antes de se casarem. E quando ela deixou este mundo, seu tio decidiu morar perto de sua sepultura, fazendo votos de nunca mais se casar. Durante todos esses anos ele se manteve fiel a esse voto e guardou no coração a doce lembrança de seu único amor". 

        Diariamente Takahama ia ao cemitério, rezava por sua felicidade, limpava a sepultura e cercavaao túmulo de flores. Quando Takahama estava morrendo e não pode mais cumprir sua dedicada tarefa, Akiko veio busca-lo sob a forma daquela borboleta branca.”
Pouco antes de partir para a Terra da Primavera Amarela. 
Takahama murmurou:
 “Onde as flores dormem,
Graças a Deus eu dormirei esta noite.
   Borboleta, venha me buscar!”

A lenda do Akai Ito

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"Um fio vermelho invisível que conecta os que estão destinados a conhecer-se, independentemente do tempo, lugar ou circunstância. O fio pode esticar-se ou emaranhar-se mas jamais se quebrará."



 


        Akai Ito ou fio vermelho é uma lenda chinesa e de acordo com este mito os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos dos homens e mulheres que estão destinados a serem almas gêmeas um do outro. Deste modo, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar, essas duas pessoas que estiverem interligadas irão se encontrar.
         A lenda , desde então, também se tornou um mito popular na cultura japonesa e história fala sobre um fio invisível que é amarrado no dedo mindinho de duas pessoas que estão destinadas a viverem juntas para sempre. É como uma ligação espiritual que representa o amor eterno.
        Os fios não determinam quando e onde a metade será encontrada, diz apenas que será encontrada. Pois o destino vai unir os dois, mas as duas partes vão fazer o possível para se encontrar. Não importando o tempo que leve a distância jamais vai separá-los, por estarem unidos por algo mais forte, que nunca se parte.
        Vale ressaltar que uma pessoa somente pode estar conectada a uma outra pessoa por vez, pois não há como uma mesma pessoa possuir duas ou mais almas gêmeas ao mesmo tempo, cada um tem seu próprio destino ...
 Foi ainda a partir desta lenda que surgiu o Yubikiri Genman.
O Yubikiri Genman é um ritual de juramento japonês, muito simples, no qual as duas pessoas que estão a fazer uma promessa unem os dedos mindinhos e cantam o seguinte:
"Yubikiri genman uso tsuitara hari sen bon nomasu yubi kitta"
 Promessa do dedo mindinho, Se eu estiver a mentir, engolirei 1000 agulhas e cortarei o meu dedo.
O objetivo deste ritual é garantir que a promessa seja cumprida. Tanto este ritual como a lenda do Akai Ito estão relacionados com uma tradição muito antiga do Japão. No Periodo Edo, era comum as mulheres oferecerem os dedos mindinhos decepados como prova de amor aos seus amantes.

Há várias versões dessa lenda, mas uma das histórias que envolve a versão chinesa da lenda, consiste basicamente no seguinte:
        "Um garoto estava caminhando para casa à noite quando ele se encontrou com um velho homem, Yue Xia Lao, descansando sobre a luz do luar (se acredita que Yue Xia Lao ou Yuelao é o deus lunar responsavel pelos casamentos). Este então lhe revela que o garoto está ligado a sua futura esposa por uma corda vermelha, e então mostra para ele a garota com quem está destinado a se casar. Por ser jovem e não ter interesse em se casar, o garoto pega uma pedra e atira com força na garota, fugindo em seguida para longe.
        Muitos anos então se passam e o garoto agora já é um jovem homem, quando seus pais arranjam um casamento para ele. Na noite de seu casamento, quando ele vai encontrar com sua esposa no que seria o quarto deles, ela está lá sentada com um véu tradicional lhe cobrindo a face.
        O jovem homem já sabia do fato de que sua esposa era conhecida como uma das mais belas mulheres do vilarejo, contudo, esta sempre vivia com enfeites em sua sobrancelha. Curioso, ele lhe perguntou o porquê de tal enfeite, e ela lhe respondeu que aquilo era porque, quando ela era jovem, um garoto atirou uma pedra nela, o que causou um corte profundo, deixando-a com uma cicatriz no local. Então, ela usava enfeites na sobrancelha para cobrir a cicatriz. Logo, a mulher nada mais era do a mesma garota que o Deus Yue Xia Lao havia lhe dito que seria destinada à ele, ainda na sua infância."

Shinigami

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Shinigami  (Deus da Morte; semelhante ao Ceifador na cultura ocidental) são entidades sobrenaturais presentes na mitologia japonesa, que convidam os seres humanos à morte ou que os induzem a cometer suicídio.  Seu trabalho é "levar" a alma dos humanos para o outro mundo.


 Eles são Psicopompos (Ser com a função de guiar ou conduzir a percepção de um ser humano entre dois ou mais eventos significantes) atribuídos à personificação da morte. No Ocidente trata-se do equivalente à figura conhecida da Morte que põe fim à vida dos humanos, encerrando a sua existência na terra e conduzindo as suas almas para o outro mundo.
No yogacarabhumi-sastra, uma escritura de yogacara, o shinigami caracterizava o demónio que determinava o tempo da morte de cada pessoa. O Yama, rei do submundo, assim como os Oni Niu Tou e Ma Mian (牛頭馬頭, Cabeça de Boi e Cara de Cavalo), são também considerados como um tipo de shinigami. Embora Kijin e Onryō na crença budista dos japoneses sejam responsáveis por tirar várias vidas humanas, a opinião de que não existe um "deus da morte", mas sim diversas entidades que passam a ser shinigamis pois induzem ou que simplesmente conduzem as pessoas ao mundo dos mortos, é compartilhada pela maior parte da sociedade japonesa.


 Por ser um tema popular no Japão, aparecem com grande frequência em diversas obras. Um dos maiores destaques dos shinigamis é no mundo dos mangas e animes, que se tornaram um meio de divulgação desses "contos" fora do Japão.
Shinigamis de animes/mángas

A Lenda de Tanabata

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História de amor entre duas estrelas


      Há muito tempo, morava próximo do rio de estrelas(Via Láctea), uma princesa chamada Orihime (a Princesa Tecelã), a qual tecia belas roupas mas vivia triste por estar sempre ocupada, sem tempo para se apaixonar.
*    O seu pai, o imperador Tenkou (Senhor Celestial), ao ver a tristeza da filha, apresentou-lhe um belo rapaz chamado, Hikoboshi (Pastor de Gado), acreditando ser ele o par ideal para sua filha. Os dois jovens se apaixonaram e a partir desse momento, ambas as vidas giravam apenas em torno do amor, deixando assim de lado seus afazeres e obrigações diárias.
*    Entristecido com a irresponsabilidade do casal, o Senhor Celestial decidiu separá-los, obrigando-os a morar em lados opostos da Via-Láctea.Permitiu que se encontrassem apenas uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar, desde que cumprissem as suas tarefas diárias.
     Assim, todos os anos, nesta data, a partir da foz da Via Láctea, um barqueiro da lua leva Orihime ao encontro do seu amado Hikoboshi.
     Contudo, caso a princesa não tenha feito o melhor da sua tarefa, o Senhor Celestial fazia com que chovesse, inundando o rio e impedindo que o barqueiro viesse buscá-la. Nestas ocasiões, os Kasasagi (grupo de aves) ajudavam a princesa a cruzar o rio, formando uma ponte de pássaros sobre a Via Láctea.